08/12/2010

Amphitryon, de Ignacio Padilla

Alguma insistência em ligar a literatura do mexicano Ignacio Padilla a Borges. Amphitryon realmente reune elementos borgeanos, embora se trate de uma novela, e os escritos de Borges sempre foram mais concisos e, provavelmente, mais elegantes. Mas as tramas entrelaçadas do livro de Padilla são também refinadas e, o livro, imperdível. Um trecho do que foi escrito no "Rascunho" a respeito:
"O que salta aos olhos é que ambos (falando de Padilla e do também mexicano David Toscana) oferecem uma moderada trama de mistério, que, aos poucos, transforma-se num simulacro de enredo policial, até porventura frustrar os leitores mais desejosos de uma conclusão simples, fácil, inequívoca. À semelhança de alguns contos de Jorge Luis Borges e Julio Cortázar, Padilla e Toscana parecem menos interessados em seguir as regras do jogo investigativo do que em suscitar questões referentes à identidade existencial e social do homem; menos aptos a entreter do que a fazer pensar; menos convictos, em suma, de que devem proporcionar soluções e não apenas formular as perguntas."