"Nos dias em que era um ávido leitor de livros de
banda desenhada, a frase que mais me empolgava, porque me prometia a revelação
de qualquer coisa que tinha estado a acontecer fora das pistas mais óbvias da
trama, era «Entretanto, noutra parte da floresta...», geralmente impressa em
letras maiúsculas no canto superior esquerdo do quadradinho. Para mim (que,
como qualquer leitor devoto, desejava uma história infindável) esta frase
prometia algo próximo desse infinito: a possibilidade de conhecer o que tinha acontecido
na outra bifurcação da estrada, aquela por onde não tinha seguido, a que estava
em menos evidência, o caminho misterioso mas igualmente importante que levava a
outro lugar da aventurosa floresta."
(citação de "No Bosque do
Espelho" de Alberto Manguel)