08/07/2024

A arte de acumular livros

De um artigo de Alex Castro, retiro algumas mensagens:

"Conversei com a espanhola Irene Vallejo, autora do sucesso internacional O infinito em um junco: a invenção dos livros no mundo antigo (Intrínseca, 2022). “Ainda faz sentido comprar livros?”, perguntei. Vallejo se confessa surpresa com a ideia de que um novo formato ou suporte deve necessariamente substituir ou tornar obsoletos os anteriores.

Em vez de celebrarmos o enriquecimento das alternativas, criamos uma falsa competição. Um audiolivro pode ser ouvido na academia ou enquanto se varre a casa. Os livros eletrônicos são úteis em viagens ou residências no exterior. Os livros de papel oferecem a experiência estética do design, das ilustrações e dos mapas; da dimensão tangível do cheiro, do som, do tato; permitem dedicatórias do autor ou de quem presenteia. Além disso, estudos indicam que se retém mais a informação na leitura em papel. “Como leitora, me sinto uma felizarda por ter tantas opções”, diz a autora.

E sobre o acúmulo exagerado: estamos comprando livros de mais? “As bibliotecas nascem quando a fome por livros é maior que o ritmo de leitura”, diz Vallejo. “Comprar livros é uma forma de afirmar a esperança que viveremos o suficiente para ler tudo que nos interessa. Uma ilusão, claro. Mas uma forma de otimismo.”