19/05/2025
Coetzee - Contos Morais
03/05/2025
O desaparecimento da narrativa ou por que as vacas voam
Vale a leitura... uma visão sobre a atual indiferença às narrativas, proporcionado principalmente pela proliferação de conteudos digitais. Uma pergunta feita no texto:
"Como pode ser que estejamos tão vazios que nem em nossos sonhos somos capazes de inventar nosso próprio mundo?"04/02/2025
Inteligencia Artificial: lembra de "2001, uma Odisséia no Espaço"?
Estamos em 2025 e na midia só se fala de IA (Inteligencia Artificial). Desde canais voltados à tecnologia até àqueles que tratam de assuntos triviais e rotineiros, este é o assunto da vez...
Mas é nestes momentos que devemos lembrar de quem já tratava disto (e com muita capacidade) há muito tempo atrás... 1968 pode ser?
Este ano foi o lançamento do incrivel filme de Stanley Kubrick com roteiro em parceria com Arthur C. Clarke, um dos mestres da ficção científica.Vamos lá:
No filme, o "mundo melhor" que se está buscando estaria em Júpiter. Então, "para chegar à esta meta, construiu-se uma espaçonave controlada por um supercomputador, o HAL 9000, ou simplesmente Hal para os cinco membros da tripulação. Hal foi programado para pilotar a nave até o destino final, com instruções específicas de eliminar qualquer obstáculo. Máquina de inteligencia artificial, Hal é capaz de conversar e interagir como um ser humano e chega mesmo a simular emoções humanas. Mas, ao contrário dos humanos, Hal é supostamente incapaz de cometer erros.
Passado algum tempo, Hal anuncia que há algo errado no sistema de comunicação da nave. Um dos tripulantes, Bowman, sai para consertar o defeito, mas não encontra nenhum. Na Terra, os controladores concluem que Hal deve estar errado. Bowman e outro tripulante resolvem desligar o computador para evitar mais problemas, mas apesar de seus cuidados, Hal descobre o plano e elimina o parceiro de Bowman e corta o suprimento de oxigênio dos outros membros da tripulação. Forçado a enfrentar Hal sozinho, Bowman se dá conta que o "erro" de Hal fora premeditado. Instruido a levar a nave ao seu destino "custasse o que custasse", Hal concluira que o maior obstáculo à missão era a falibilidade da inteligencia humana: como os programadores não haviam inserido em sua "mente" a proibição de matar a tripulação, Hal logicamente decidira eliminar a fonte de todos os erros possiveis: os próprios seres humanos." (*)
E então? Ficção ou bem perto da nossa realidade de hoje?
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(*) texto retirado de "A Cidade das Palavras" de Alberto Manguel
31/12/2024
Borges e Nathaniel Hawthorne
Trata-se aparentemente de uma aula inaugural que Borges ministrou sobre a literatura norte-americana, e o fato dele ter escolhido Hawthorne como foco sempre me deixou curioso. Bastou ler estas poucas páginas para entender a visão diferenciada e contundente que Borges teve sobre toda a obra de Hawthorne (do qual a Letra Escarlate nem seria o mais importante, na visão dele).
Nestas breves linhas, pelo menos duas novas pesquisas iminentes surgiram: conhecer o personagem Wakefield (Borges discorre rapidamente sobre seu enredo) e também outros contos do autor, agora com um novo foco oferecido (como sempre) pela visão borgeana.
Trecho citado por Borges:
Li vários fragmentos do diário que Hawthorne escreveu para distrair sua longa solidão; referi, ainda que brevemente, dois contos; agora lerei uma página do Marble Faun para que vocês ouçam Hawthorne. O tema é aquele poço ou abismo que, segundo os historiadores latinos, abriu-se no centro do Fórum e em cujas cegas profundezas atirou-se um romano, armado e a cavalo, para aplacar os deuses.
Reza o texto de Hawthorne:
"Admitamos — disse Kenyon — que este seja o lugar exato onde se abriu a caverna, aquela em que o herói se atirou com seu bom cavalo. Imaginemos o enorme e escuro buraco, impenetravelmente fundo, com vagos monstros e rostos atrozes olhando cá para cima e enchendo de horror os cidadãos que em sua borda se debruçavam. Sem dúvida, estava cheio de visões proféticas (cominações de todos os infortúnios de Roma), de sombras de gauleses, de vândalos e dos soldados francos. Pena ter sido tapado tão depressa! Eu daria qualquer coisa por uma olhada.
"Penso — disse Miriam — que não há pessoa que não lance um olhar nessa fenda, em momentos de sombra e abatimento, ou seja, de intuição.
"Essa fenda — disse seu amigo — era apenas uma boca do abismo de escuridão que está abaixo de nós, em toda a parte. A substância mais firme da felicidade dos homens é uma lâmina interposta entre esse abismo e nós e que sustenta nosso mundo ilusório. Não é necessário um terremoto para rompê-la; basta apoiar o pé. Devemos pisar com muito cuidado. Inevitavelmente, no final afundamos. Foi um tolo alarde de heroísmo o de Cúrcio, quando tomou a dianteira e se atirou nas profundezas, pois Roma inteira, como vemos agora, caiu aí. O Palácio dos Césares caiu, com um estrondo de pedras desabando. Todos os templos caíram, e depois atiraram milhares de estátuas. Todos os exércitos e os triunfos caíram, marchando, nessa caverna, e soava a música marcial enquanto se precipitavam..."
23/12/2024
When Sunny gets Blue
Um caso perfeito onde a letra se conecta com extrema elegância ao tom da musica....
Her eyes get gray and cloudy
Then the rain begins to fall
Pitter patter, pitter patter
Love is gone so what can matter
No sweet lovin' man comes to call
She breathes a sigh of sadness
Like the wind that stirs the trees
Wind that sets the leaves to swayin'
Like some violins are playin'
Weird and haunting melodies
Hear her laugh, see her smile
That's how she got her name
Since that sad affair
She's lost her smile
Changed her style
Somehow she's not the same
And pretty dreams will rise up
Where her other dreams fell through
Hurry, new love, hurry here
To kiss away each lonely tear
And hold her near when Sunny gets blue
To kiss away each lonely tear
And hold her near when Sunny gets blue
Marvin Fisher (musica) e Jack Segal (letra)
23/11/2024
Memórias de um escritor inesquecível
"Palabra de Bioy" é um livro que registra conversas dele com Sergio Lopez nos últimos anos de sua vida, ou seja entre 1991 e 1999.
Além das memórias de suas interações com Borges, em vários momentos Bioy demonstra sua erudição mas sempre acompanhada de muita sutileza e cordialidade.
Em 1995 Bioy participou do programa "Roda Viva" na TV brasileira, momento em que era considerado o mais importante escritor argentino em atividade. A transcrição desta entrevista pode ser vista aqui